sábado, 28 de junho de 2008

Solteiros e Solteiras

Pois é, agora tenho uma coluna no site Solteiros & Solteiras! A idéia é dar dicas de Londres e de outros lugares que eu visitar focando no público acima de 30 que está na pista pra negócio ;)
Será quinzenal e eu vou dividir o espaço com um outro jornalista, que vive em Portugal. Entrem lá!

Para acessar, é preciso se cadastrar no site, clicando aqui. Aguardo opiniões e sugestões!


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Eu quero ver tu rebolar

Ontem foi o tão esperado show do Mr. Catra + Carlinhos Brown, para o qual comprei ingresso num dia de surto, há quase dois meses. Quando cheguei, atrasada, Catra já "cantava" para uma platéia quieta, que não entendia direito o que acontecia no palco. O funkeiro se apresentou apenas acompanhado do que eu acho que era um DJ, embora o cara tocasse uma espécie de bateria com os dedos. O melhor de tudo é que o autor de grandes clássicos da música brasileira virou "cult" em Londres. Tirou onda de Racionais Mcs, cantando uns raps engajados; de Marcelo D2, fazendo apologia às drogas; e até mandou um Tim Maia, acreditem se quiserem. Tocou meu coração e de todos os presentes cantando "vou pedir pra você voltar, vou pedir pra você ficar". Lindo. Pra finalizar, cantou uma versão light de "Na quatro por quatro", estilo clip do 50Cent na MTV, quando rolam aqueles "píís" em cima dos palavrões. Como todo artista brasileiro que se apresenta aqui, mandou uma mensagem para quem vive em Londres e tentou convencer os presentes de que a situação no Brasil tá melhorando e a corrupção acabando. Acho até que o Catra pode ter enganado os ingleses com sua versão politicamente correta, porque foi aplaudido e tudo. Mas a mim, que sou da malandragem carioca, ele não engana não !

Meia hora de intervalo e chegou o momento mais esperado da noite, a atração principal, aquele que todos (menos eu) foram ver: Carlinhos Brown. A banda dele é legal, as backing vocais afinadas, bonitas e animadas - fariam bastante sucesso se o líder da banda se trancasse num estúdio com seu cocar de índio e ficasse compondo pra Marisa Monte pra sempre. Gostei quando eles cantaram Magamalabares e Carnavália, embora prefira as versões originais. O mais impressionante foi ver como a platéia gosta de músicas de babalorixás e afins. O público era composto por 85% de ingleses, que atenderam prontamente ao pedido baiano de "tirem os pés do chão" e dançaram a noite toda. Totalmente sem jeito, mas dançaram. E cantaram, tudo errado também, mas cantaram. Eu fui embora antes do final, ainda impressionada com a quantidade de fãs ingleses que o Brown tem.

Mas, o melhor de tudo mesmo foi sair de vestido e rasteirinha, como se eu tivesse indo pra Lapa numa noite estrelada ;)


terça-feira, 10 de junho de 2008

Momento promoção

Mas então, vocês já conhecem o Brechó da Bruxá? É o brechó online da minha amiga Samantha. Em parceria com meu blog super popular, Sam está lançando uma promoção: diga que é minha amiga e ganhe 10% de desconto em qualquer compra. Com frete grátis para o Rio de Janeiro! Para tal, basta mandar um email para brechodabruxa@gmail.com com o assunto "Sou amiga da Maíra" e fazer seus pedidos. Boas compras! :)

domingo, 8 de junho de 2008

Damn...

Damn! Oversleeping again
Damn! I can't believe I did it once again
I can make it in time
if I jump out of bed
if I skip to wear clothes
and get running instead
if I get on my feet
if I skip to hit snooze
if I don't care to eat
and get running instead
I can make it in time
Been oversleeping on Monday
I don't care let's pretend that it's Sunday

*I'm from Barcelona

Minha música preferida no momento, super me identifico. Quando uma pessoa precisa botar o despertador às 6h30 da manhã pra conseguir levantar às 9h, deve ser porque ela tem sérios problemas. Né não?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Só em Londres mesmo...

...para eu ir assistir a um show da Daniela Mercury. Me ligaram na segunda-feira para dizer que era a felizarda ganhadora de quatro ingressos para ver de pertinho a verdadeira rainha do axé brasileiro. Pulei de alegria e convoquei três amigas para dançar o ilê-ayê na terça-feira à noite. O show estava marcado para às 21h. Melhor chegar umas 20h e pouco, já que tenho que pegar os ingressos antes, pensei, com a mentalidade londrina que aos poucos vai tomando conta. Nem chegamos tão cedo assim: 20h30 estávamos na porta do Guanabara, a versão londrina do Scala. Meu nome estaria na "guest list", e a ela me dirigi. Um rapaz com um moicano super estiloso me recebe, falando em inglês. Eu digo que ganhei ingressos, em inglês, "I won". Moicano, esperto, me indica, em inglês, a bilheteria. Não, repito, "I won". Rapazinho, tirando uma onda de que não entendia o meu inglês com sotaque brasileiro, estava a pensar que eu queria ingressos ("I want"). Não, não quero, ganhei ingressos e sou VIP, moicano, me deixe entrar logo. Moicano custava a acreditar em mim. Nessa altura, ele resolveu revelar que era brasileiro também - como se ele ainda não tivesse percebido que, pelo meu nome e dado o evento ao qual eu comparecia, enormes eram as chances de compartilharmos da mesma nacionalidade - e falou em português claro: "seu nome não está na lista". Ah, moicano, eu realmente estou tentando dar uma de malandra numa terça-feira chuvosa tentando fingir que sou VIP para ver a Daniela Mercury de graça.

A brincadeira já durava uns 10 minutos e começava a perder a graça. Moicano me irritava sobremaneira pedindo pra eu dar licença pras outras pessoas passarem. Resolvi, pois, ligar para o Scala londrino e reclamar meus direitos. Cinco minutos depois, chega a mocinha brasileira, "oi, tudo bem?", como se nada tivesse acontecido. Reclamei, claro, e ela se desculpou, falha deles. Tudo bem, deixei pra lá, afinal estava adentrando o Scala para ver a rainha do axé, sem motivos para me aborrecer.

Show marcado para às 21h, certo? "De que horas" o show foi começar? 22h50. Dani se achando a rainha da cocada preta. Não sei se eles atrasaram tanto o show com a esperança de a casa lotar para Daniela não chorar diante do menor público de sua vida; se queriam que a galera gastasse dinheiro no bar matando saudades do Brasil bebendo Brahma e comendo pão-de-queijo ou se eles queriam mesmo dar uma lição na Dani e deixar ela aprender que não, não é ninguém, para que ela passasse pela experiência de ter metade do seu público debandando em massa às 23h40. O metrô em Londres fecha meia-noite, as pessoas precisam voltar pra casa, mas os produtores brasileiros (aposto que o Moicano fazia parte dessa galera) não pensaram nisso, é claro. E metade do povo foi embora com apenas 40 minutos de apresentação...

Mas, tirando tudo isso, até que o show foi legal. Voltei aos meus 8 anos de idade quando passava tardes fazendo coreografias para "quem é que sobe a ladeira" e "deixa eu curtir o ilê e o charme da liberdade". Daniela, aliás, só cantou essas músicas velhas e de outros artistas. Até começou a cantar uma música nova, acho, lenta, mas desistiu no meio e mandou "zuzuzubaba". Disse que cantaria a música lenta em outro lugar. E despediu-se, às 1h15 da manhã, com "o canto dessa cidade é meu", lembrando a todos nós, brasileiros morando longe de casa, que nunca estamos sós, porque sempre teremos o canto das nossas cidades. Poesia pura.