domingo, 4 de maio de 2008

24/7

Dizem por aí que a China é o lugar mais populoso do mundo, 1 bilhão de habitantes, blá, blá, blá. Balela. A maior parte da humanidade vive em Londres, isso sim. Para comprovar, basta andar pela Oxford Street num sábado à tarde, ir para Notting Hill num dia de sol ou pegar o metrô às 9h da manhã. Eu dou muita sorte porque raramente preciso andar nos horários de pico, mas acontece. Como na semana passada, em que me dirigia calma, tranqüila e atrasada para trabalhar no lugar mais longe do mundo. Para evitar o engarrafamento matinal, decidi pegar o metrô, seria mais rápido, pensei, ingênua. O que acontece no metrô de manhã é até difícil de descrever. Basicamente são milhões de pessoas ocupando a plataforma, formando uma fila gigante na horizontal, com uns carinhas em cada porta do trem gritando num megafone, tentando organizar a muvuca. Em ocasiões como essa, já tive que esperar três trens passarem para só conseguir entrar, esmagada, no quarto. Enfim, a situação era essa, quando, de repente, não mais que de repente, o que se passa? Soa o alarme de emergência. E aí uma voz manda todo mundo evacuar a estação, os carinhas do megafone fazem coro, gritando para que todos saíam, calma e rapidamente. Eu me pergunto o que terá acontecido? Uma bomba? Incêndio? Atentado é a primeira palavra que me passa pela cabeça. Mas todos ao meu redor estão tão calmos e destemidos, só putos porque iam chegar atrasados ao trabalho, que eu tive que disfarçar que estava com medo. Deixamos a estação pela saída de emergência, nada parecia errado, não havia polícia nem nada. Depois descobri que é procedimento comum evacuarem a estação quando há superlotação, o objetivo é justamente evitar atentados e confusões. Eles aqui vivem em permanente estado de alerta, o que faz a gente pensar sobre as várias faces da violência. Se, por um lado, aqui não tenho medo de andar sozinha às 4h da manhã, hoje, por exemplo, acordei cedo e dei de cara com três policiais olhando para um carro (suspeito, eu presumo) estacionado bem em frente à minha casa. Dobro a esquina, pelo menos uns cinco carros de polícia, inclusive um da "brigada de cachorros", bem frente à faculdade. Alguma coisa parece estar acontecendo, não tenho idéia do quê. O pior é que talvez ninguém saiba, nem a polícia... Aqui a máxima se inverte: todo mundo é culpado até que se prove o contrário.

3 comentários:

Anônimo disse...

hehehe
lembro das 12h da primeira quarta-feira de mês que passei em Paris.... todas as sirenes de emergência tocam na cidade.... depois descobri que acontece desde a segunda guerra.... sabe filme americano em que as crianças fazem treinamento de incêndio na escola? era a mesma coisa. a sirene tocava e a gente evacua o local e segue (seguiria)para o abrigo....
coisa de europeu mesmo. já imaginou que isso NUNCA funcionaria aqui?
agora, sobre os chineses eu não sei mas as coreanas MORAM em frente às lojas de grife da Champs Elysée..... fazendo fila!
beijos e saudades

Anônimo disse...

na China as pessoas escarram no metro...

Anônimo disse...

Por isso que voce se atrasa...
London Freeze
http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/2008/05/london.shtml