domingo, 13 de julho de 2008

É o catzo!

Todo mundo sonha com a Itália, porque os italianos são lindos, falam alto, comem bem, são parecidos com os brasileiros, etc. Embora reconheça a importância do país da bota para a história da arte mundial, tenho dificuldade para entender o porquê de tamanha comoção quando o assunto é a pátria Azurra. Minha segunda visita à Itália apenas serviu para confirmar as desconfianças que tinha: os italianos não são todos lindos, pelo contrário, boa parte é racista, machista, mal educada, grosseira, antipática, apenas para citar alguns adjetivos que vieram à minha mente.

Tínhamos chegado há dois minutos em Pisa, onde pegaríamos um trem para Florença. Havia apenas cinco minutos para chegarmos até a plataforma, que eu não tinha idéia de onde ficava. Perguntei, pois, para o moço que vendia os bilhetes, se daria tempo de pegarmos o trem. Resposta: "Não sei, eu não vou pegar trem nenhum". Simpatia é quase amor. Mas beleza, ignoramos, afinal, tínhamos acabado de chegar, e estávamos na Itália, essa terra tão cantada.

Primeiro dia em Florença, cidade invadida por turistas de forma nunca dantes vista: fila gigantesca para entrar em todos os lugares! Eis que tivemos uma idéia genial. Comprar ingresso com antecedência para a Galeria Uffizi, assim não precisaríamos enfrentar fila. O ingresso para jornalistas era de graça, como acontece em alguns museus na Europa; eu apenas precisaria pagar a taxa de reserva. Porém, não tenho a carteira do sindicato, apenas uma de um lugar onde trabalhei. Como sei que não é oficial, geralmente falo "olha, tenho essa carteira do Brasil, vocês aceitam?". Até hoje, apenas um museu recusou. E foi o que fiz na Itália, pro meu mais amargo arrependimento. Tive o azar de cair no italiano mais escroto (com o perdão da palavra) de toda a Itália. O cara começou ironizando a minha carteira, dizendo que eu tinha feito um bom trabalho no computador. Perguntou a minha idade e, achando que eu tava zonando com a cara dele, zonou da minha cara também, duvidando do meu quarto de século. Mostrei minha identidade, mas o cara continuava me sacaneando, dessa vez achando hilário que a carteira apresentada datasse de 2003 ("ah, mas claro, faz 5 anos que você é jornalista"). E eu fui ficando puta, muito puta, porque quem é esse idiota para tratar as pessoas assim? A gota d´água foi quando ele falou que eu devia ser uma jornalista realmente muito importante. Na moral, vai catar coquinho, pra não dizer outra coisa. Arranquei meus documentos da mão dele e resolvi que não ia mais naquele museu.

Nessas horas você se sente muito idiota por não falar a língua. Porque se fosse no Brasil e alguém me destratasse dessa forma, eu ia fazer um escândalo, mandar chamar o gerente, o dono do museu, o Berlusconi, ressuscitar o Boticelli e o escambau. Mas não fiz nada, apenas fui embora e fiquei emburrada o resto do dia, arrependida por não ter feito um escândalo ou dado um soco na cara do idiota.

Eu não quero generalizar nem nada, essa é apenas a minha impressão, corroborada por amigos que estão vivendo lá e passando vários perrengues porque são estrangeiros. Tenho certeza de que há italianos muito legais escondidos em algum lugar, só não tive a sorte de cruzar com nenhum deles. E se alguém for a Florença qualquer dia desses, por favor, vingue-se do bilheteiro escroto da galeria Uffizi por mim!

8 comentários:

Anônimo disse...

caraca, até eu fiquei com raiva desse bilheteiro agora! que filho da puta!
olha, eu conheci italianos muito legais (um deles, inclusive, salvou a nossa vida, vc sabe), mas percebi os grosseiros também. e tenho amigos italianos muuuuito fofos aqui no brasil. mas concordo com vc que a terra da bota é superestimada. ou, talvez, a gente só precise de um pouco mais de tempo lá, pra entender como eles funcionam...
beijo!
saudades!

Fernanda disse...

ai, amiga, sei mt como é essa sensação de arrependimento mortal por naõ ter socado a cara de alguém ou ter dito umas boas verdades...
mas passa.
pelo menos as suas fotos fazem parecer que, a despeito dos italianos escrotos, vc teve bons momentos lá...
ah, eu quero focaccia e sorvetes maravilhosos!!!
te amo.

Joana disse...

Po Maíra, que saco esse cara da Galeria Uffizi.
Eu também achei Florença superestimada. Achei muito turística e não tão charmosa. Perto dali, inimiga dos tempos de idade média, está Siena. Muito, mas muuuuito mais legal que Florença.
E sim, os italianos são grossos. Mas também tenho que confessar que uma velinha italiana e o motorista do trem Siena/Florença salvaram a minha vida quando eu estive lá em janeiro. Mas pra compensar, a dona do hotel onde eu estava gritou e xingou a hóspede americana só porque ela desligou o computador de uso comum.
vai entender...

Anônimo disse...

jornalistas nao entram em museus de havaianas...

Anônimo disse...

Tá engraçado o texto!! Vc devia ter enfiado o seu balde de gelo particular no rabo dele! Hhahhhahaahah. Beijos!

Anônimo disse...

Ninguem mandou apresentar uma carteirinha que não valesse. É nosso jeitinho brasileiro não da muito certo la fora... Venha morar em Florianópolis, conviver com a portuguesada que vc verá oque é hostilidade, mas venha fora de época de férias, porque senão eles tratam bem, turismo... hahaha Viva Italia!

Anônimo disse...

italiano é chato só os mafiosos sao legal tutto bouna genti : )

Anônimo disse...

Hi everybody! I don't know where to start but hope this site will be useful for me.
Hope to get some assistance from you if I will have any quesitons.
Thanks and good luck everyone! ;)